Sonhos de madeira
Na edição 156 da Rei da Estrada, a primeira reportagem da seção Paixão
Scania
mostrou a história de Rafael e Joice, que tiveram um casamento repleto
de referências à marca – entre elas, um caminhãozinho de madeira que foi
usado para levar as alianças ao altar. O responsável pela miniatura (e
também pelo topo do bolo) é
Weslei Glédison Silva,
27 anos, morador de Arapongas (PR). Ele transformou seu carinho pela
montadora em negócio, montando miniaturas de caminhões em madeira sob
encomenda.
Desde pequeno, Weslei convive de perto com caminhões
Scania.
Seu pai, Aparecido, é motorista, dono de um caminhão 113 H, e costumava
levar o filho para passear no veículo sempre que estava em casa. “Ele
ficava fora por até 40 dias, e, quando chegava, me deixava ajudá-lo a
lavar o caminhão”, lembra. Na época, o jovem costumava ganhar miniaturas
de presente e já tentava customizá-las em casa, com tinta. “Inventava
coisas demais e estragava o caminhão”, ri. “Quando cresci, fiquei
exigente, passei a querer miniaturas mais detalhadas, mas os preços não
cabiam no bolso. Então, resolvi tentar fazer as minhas”, explica o
jovem.

Weslei
conta que sempre teve talento para desenho e, com a ajuda de
profissionais que conheceu pela internet, começou a trabalhar em sua
primeira peça, como hobby. “Foi um modelo 164 480, que demorei um ano e
meio para terminar”, lembra. Ele postou uma foto do caminhão em uma rede
social e despertou o interesse de muita gente. “Começaram a me
perguntar se eu fazia miniaturas por encomenda e, depois de um tempo
praticando, resolvi fazer.” O negócio começou há cerca de quatro anos –
sendo que, a princípio, o artesão conciliava o novo negócio com um
emprego formal. “Só saí do trabalho quando percebi que daria certo.
Ainda não estou rico, mas estou conseguindo viver”, conta.
O tempo que Weslei leva para fazer uma miniatura varia de acordo com
modelo, configuração e detalhamento de cada pedido – algo em torno de 25
a 30 dias. “A mais difícil foi um V8 com carreta bitrem, com nove
eixos. Tive que fazer uma réplica do motor, que deu muito trabalho.”
Acostumado a criar caminhões Scania, ele tem moldes e desenhos técnicos
de quase todos os modelos.
Mesmo apaixonado pelo que faz, Weslei ainda não sabe se esta é a
carreira que deseja seguir pelo resto da vida: “me apeguei à arte, mas
ainda sonho em ser motorista”. Ele conta que sua mãe, Cacilda, diz que
prefere a bagunça que ele faz em casa à saudade de vê-lo trabalhando na
estrada. “Se pudesse ter um caminhão, escolheria um 113, assim como o
meu pai. Mesmo sendo um modelo antigo, acredito que marcou a história
com seu ronco inconfundível do motor.”
Fonte: Revista Rei da Estrada – Scania
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